terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mais conversas. . .



-Olá.
-Olá.
-Já estás melhor desde da última vez em que falámos? 
-Um pouco, não muito.
-Então que se passou entretanto?
-Nada.
-Nada? Como assim? 
-Não mudou nada, por isso continuo assim. 
-Algo deve ter mudado.
-Sim mudou...
-O que mudou?
-Acho que estou novamente apaixonado.
-Então mas isso é muito bom! Sinal que avanças-te em frente.
-E era, se tive-se avançado em vez de recuar...
-Recuar? Então? 
-Era uma pessoa que eu tinha gostado há algum tempo.
-E como é que voltas-te a gostar dela? 
-Não sei bem, ela está diferente, talvez seja isso.
-Diferente como?
-Agora fala-me.
-Ahah e antes não?
-Não.
-Mas porque dizes que isso é mau? 
-Porque se na outra vez não tive hipóteses nesta também não terei.
-Hum, quer dizer que voltas-te ao mesmo, mas desta vez pode ser tudo diferente, se tu dizes que ela mudou.
-E é verdade, ela mudou tal como eu, mas ela para melhor e eu para pior.
-A mim pareces-me igual.
-Por fora talvez, mas por dentro não.
-Então?
-Tenho a sensação de estar cada vez pior.
-Não digas isso. Então e aquela rapariga que gostavas?
-Nunca mais a vi.
-Mas ainda sentes algo que te prenda a ela?
-Não tenho a certeza, ás vezes penso que sim, outras que não.
-Então porquê?
-Quando falo com uma pessoa, é como se o resto não importasse.
-E quando não falas?
-Quando não falo volto a lembrar-me de tudo o que aconteceu com a outra rapariga.
-Que confusão.
-Sim é.
-Ela nunca mais falou contigo?
-Quem? 
-A Ana.
-Não, acho que já não se lembra que eu existo.
-Porque não lhe dizes nada?
-Não tenho nada a dizer, apenas a quero esquecer de todo, e tentar alcançar a felicidade com outra pessoa.
-E tens a certeza que é isso que queres?
-Sim, tenho. Se eu tivesse destinado a ficar junto com ela, algo já se tinha passado. 
-Pois se calhar tens razão.
-Penso que sim, porque o destino sempre me quis ver com outra pessoa, mas essa pessoa não deve pensar o mesmo.
-Se calhar até pensa ou pode vir a pensar, como tu dizes que está diferente.
-Mas uma coisa não implica a outra.
-A esperança é a última a morrer, precisas é de ter forças e acreditar que és capaz.
-Já não consigo arranjar mais forças, agora alguém terá que mas dar.
-Se pode-se eu ajudava.
-Ninguém pode fazer algo por mim sem ser eu mesmo.
-Então faz! Não desistas! Pensa realmente no que queres e luta! 
-Eu sei o que quero...
-Que queres então?
-Ser feliz.
-Então faz por isso.
-Como se a pessoa com que quero ser não quer partilhar dessa felicidade? 
-Tu não sabes disso.
-Tenho quase a certeza.
-Quase, ou seja, existe uma possibilidade.
-Talvez.
-Que pessimista.
-Com o que me tem acontecido não consigo pensar doutra forma.
-Como já disse, todos merecem ser felizes uma vez na vida, a tua irá chegar.
-Talvez.
-Se dizes estar destinado para essa pessoa, então mais tarde ou mais cedo irás ficar com ela. 
-Pois, não se pode mudar o destino, se algo acontece tem a sua razão de acontecer.
-É preciso optimismo!
-Sim. Nunca te cheguei a perguntar quem eras e tens-me ajudado tanto.
-Eu sou a tua mente, alguém que tu criaste para não te sentires sozinho e teres alguém para desabafar, para  partilhar todos os teus pensamentos e dizer tudo o que queres e não queres ouvir, sem correres o risco de me aborrecer. Eu vou estar sempre aqui para ti, todos os dias, em todo o lugar. Irei-te ajudar sempre, dizer-te tudo aquilo que pensas, que queres e não queres, o que te confunde, o que amas e odeias, aquilo que tu és e no que te estás a tornar. EU sou TU.